Roteiros

25/06/2011 – Primeiro encontro


Período: das 10hs às 14hs
Neste dia ensolarado começamos a praticar parte do que havíamos levantado e proposto como índices de leituras sobre a Cohab II, nosso foco de interesse mais direto.
Alexandre foi o educador proponente deste roteiro, que na prática , consistiu em garimpar a história e a estética do Parque Raul Seixas, da biblioteca Vicente de Carvalho e do Morro do Morgantti, em busca de vestígios capazes de indicar aspectos do passado da região, mas igualmente opondo este passado às transformações profundas decorrentes de diferentes padrões de ocupação, uso e interesses políticos influentes sobre os locais.
Um eixo foi tecido entre o parque Raul Seixas e o Morro do Morgantti por tratarem-se, ambos, de uma antiga zona privada pertencente a própria família Morgantti e utilizada como casa de campo em meados do primeiro quartel do século XX; trata-se de uma evidencia latente do recente processo de extinção de certos espaços rurais dentro da extensão de terras onde hoje localiza-se a ainda jovem Cohab II. O parque Raul seixas, naquilo que lhe adorna esteticamente: as arvores, a vegetação, a fauna e principalmente a arquitetura são belas portas de acesso à um mundo em estado de corrosão, um mundo que repousa em inércia inerte e quase invisível na memória dos moradores da Cohab II. No parque fizemos então dois registros, um dos quais um mapa, descrevendo nosso trajeto de casa  ao ponto de encontro; o segundo registro se focou em recortar , em nosso campo de visão, um aspecto do parque, um micro clima ou uma paisagem que por ventura houvesse nos puxado a atenção.
Do Morro do Morgantti, considerado  pontualmente como o acumulo de sedimentos onde  vemos o surgimentos de moradias irregulares, somos pouco capazes de notar vestígios da família que lhe deu nome. Aqui então tratamos de perceber a vegetação do local, informações apresentadas pelos tipos de solo e a própria paisagem, que do ponto de cima revelava um panorama riquíssimo a respeito dos limites geográficos da Cohab II.
Um terceiro ponto, e ainda dentro espaço conhecido como Morro do Morgantti foi a Bibliotéca Vicente de Carvalho, com a qual tomamos contato em função de questionamentos acerca do uso atual dado para as bibliotecas como está. A biblioteca, no momento de nossa visita, passava por uma transformação que a este momento pode até já ter sido concluída, a saber, a transferência de seu acervo para outra biblioteca das imediações. Extraímos da da situação a concussão e que a a Cohab II contará agora com apenas uma biblioteca municipal. De que qual serventia é uma biblioteca atualmente, como revitaliza-las nestes momentos de obesidade digital e surper proliferação de conteúdos virtuais.
Absortos em questões como estas retomamos nosso trajeto para o ponto de partida, o Parque Raul Seixas. Lá lanchamos e findamos esse nosso primeiro e auspicioso rolê.


23/07/2011 – Segundo encontro



Período: das 10hs às 14hs
Antes de tudo, este dia começou frio.
Nós da equipe estávamos no ponto de partida, a estação de trem José Bonifácio, um certo tempo antes da chegada dos participantes inscritos. Nos alongamos com alguns exercícios e  saímos propriamente para a exploração do ponto.
Marcos foi o condutor ou polemista deste encontro.
Na estação evocamos algumas imagens do período de construção da estação, uma fotografia que continha parte da paisagem anterior ou sugestões de como teria sido a paisagem antes de finalizada a construção, uma região de vale.  Relacionamos a estação José Bonifácio com outra estação referencia para esta Região, a extinta estação Itaquera, que foi literalmente apagada de seu sitio original a ponte de parecer nunca ter existido. A história recente da Cohab II foi relacionada então com a antiga história de Itaquera e São Miguel.
Registramos em desenho fragmentos do campo de visão a partir do elevado ponto do vale onde estamos.
Seguimos por ruas estreitas e  íngremes pesquisando os nomes das mesmas, os possíveis motivações para determinadas nomeações de ruas e a varias formas pelas quais a pessoas que usam tais ruas re-significam o espaço por intermédio de nomes criados no cotidiano e espontaneamente. Estávamos nas imediações das ruas José Melani (rebatizada como rua da miséria) e da rua Laura Bossi (rebatizada como rua da lama), Nesta ultima rua especificamente encontramos, inesperadamente, um playground acorrentado, solitário e sem vestígios de infância. Fizemos deste achado nosso ponto de repouso e discutimos ali alguns aspectos de uma certa geografia afetiva dos espaços de transito usados cotidianamente. Depois de pouco tempo descobrimos graças a uma moradora do local que tal playground havia sido construído pelos esforços dos próprios moradores, que se organizaram sob a forma de brechós para  angariar verba e construir aquele equipamento recreacional para as crianças.
Nosso ultimo ponto foi a praça Brasil, onde continuamos discutindo aspectos simbólicos da prática de nomear, agora dialogando as ideia de uma praça Brasil como é usualmente nomeada com o nome Mãe Menininha do Gantois, nome de origem da praça, está informação alias, surgiu no decorrer da conversa e como colaboração de um dos participantes.
Dai deduzimos a complexidade e o desconhecimento acerta das várias estórias da Cohab II.
Realizamos por fim um registro marcando sob a forma de mapa o nosso ponto de partida e nosso ponto de chegada com a perspectiva de usa-los como substrato das nossas formas de representação individual dos espaços.
Ponderamos a atividade em grupo e naquilo que ela teve de contribuição ou defasagem para o entendimento de um lugar como a Cohab II. Lanchamos. Nos despedimos.